quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Decepção de número 31.456.789



Quantas vezes uma pessoa pode nos decepcionar? Até 7 vezes? Não, muito mais do que isso, tem gente que é capaz de nos decepcionar 70 vezes 7. Desculpe parafrasear a bíblia em um blog que versa basicamente sobre a prática do adultério, mas cada vez que me decepciono só consigo me lembrar dessa passagem do evangelho. Na verdade, a passagem em questão diz que devemos perdoar 70 vezes 7; logo, deduzo que se eu continuo me decepcionando com a mesma pessoa, apesar de todos os absurdos que ela já fez, é sinal que perdoei todas as mancadas anteriores, pois cada novo fato me choca como se os anteriores não tivessem existido. Pois bem, quem sabe essa minha capacidade absurda de perdoar não me garanta uma vaguinha fora do inferno?

A última decepção foi ontem, em uma conversa de internet. Sempre tivemos uma relação super aberta, onde tudo é permitido, onde podemos falar as coisas mais loucas que passam pela nossa cabeça com a certeza de que o outro não se choca com nada. Mas, ultimamente, esse tipo de relação não está servindo mais pra mim. Uma coisa que me irrita é quando ele fala de outras mulheres, que fulana é gostosa, que fulana é maravilhosa, que não-sei-quem que estava no metrô tem uma bunda enorme... porra, pra que me falar isso? Se o objetivo é me irritar, parabéns, porque ele consegue. Nunca tive a pretensão que meus namorados fossem cegos para a beleza de outras mulheres, mas uma coisa é admirar e fantasiar, a outra é me contar.

Outra mania irritante do Alan é me rifar. Não foram poucas as vezes que ele quis me jogar para outros homens, mas ontem isso atingiu as raias do absurdo. Temos um conhecido em comum, adolescente, meio maluquinho, evangélico fanático e chato pra cacete, mas Alan simplesmente adora esse cara. Uma das maiores distrações do Alan é ficar debochando da cara desse garoto porque ele é virgem. Ontem, Alan sugeriu que eu poderia tirar a virgindade dele e perguntou quanto eu cobraria. Resolvi dar corda e disse que cobraria 350 reais. Alan falou que me daria 500 e disse que ia querer assistir.

Não brigamos imediatamente, mas fiquei bem aborrecida. Depois, o assunto mudou para nossos gostos musicais, e eu comentei de funk, pagode e mpb - ritmos que o Alan não curte, pois só gosta de música internacional. Ele começou a falar que odiava funk e eu disse: "eu gosto de funk mesmo e foda-se quem não gosta". Ele ficou puto da vida e saiu intempestivamente da internet. Mas, como ele está com o péssimo costume de entrar invisível, eu não sabia se ele estava realmente off ou se ainda estava lá.

Nossa, eu fiquei com uma sensação péssima após a conversa, fiquei com muita raiva e ao mesmo tempo triste pela forma que ele me trata. No fundo, ele me vê como uma subclasse de pessoa que não merece respeito, em uma categoria abaixo da prostituta. Não é porque não me envergonho dos meus desejos e tenho desenvoltura para lidar com o sexo oposto que mereço ser desvalorizada. Chorei, fiquei nervosa, quase tive um treco, não consegui dormir, enfim, tive uma reação que daria inveja às reações que Nelson Rodrigues imaginava para seus personagens de "A vida como ela é". Mandei um email super agressivo, já que ele estava off e eu precisava esculhambar com ele de alguma forma. Eis o conteúdo:

"Alan, tô muito decepcionada com vc, é incrível como entre nós dois é sempre a mesma coisa que se repete: num dia estamos bem, no outro vc me deixa puta. Quer saber, certo estava o ---- que falou que vc não me leva a sério. Cansei disso. Ainda me deixa falando sozinha na porra da internet. Vai tomar no cu e esquece que eu existo. Vou sair com trezentas pessoas a partir de hoje, não é possível que nenhum deles me ineteresse de alguma forma. Cansei de me fechar pro mundo por sua causa. Você não merece um pingo da minha consideração. Vai se fuder."

Gente, desculpe, mas estou desbocada mesmo. Tem horas que só asssim conseguimos desabafar.

Um comentário:

  1. Decepções realmente não cessam. Tbem não entendo como pode uma pessoa fazer uma coisa errada TANTAS VEZES.
    Tbem tenho um 'dom' de perdoar o autor dessas decepções de um jeito que até me tira do sério, é difícil ter amor-próprio às vezes...mas também tem horas que é pra chutar o pau da barraca MESMO.
    Fazer bem como vc fez, mandar tudo à merda.
    Continuo te compreendendo 100%

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